BIBLIOTECA JOANINA
Datada do século XVIII, a Biblioteca Joanina situa-se no Pátio das Escolas da Universidade de Coimbra, sendo reconhecida com uma das mais originais e espetaculares bibliotecas barrocas. O seu nome resulta e homenageia o rei português que a mandou erigir, D. João V (1707-1750).
Construída sobre uma prisão medieval, que mais tarde foi prisão académica, a Biblioteca Joanina dá ainda hoje acesso aos subterrâneos, que podem ser visitados.
Em 2013, o jornal britânico "The Telegraph" considerou a Biblioteca Joanina como "A mais espetacular do mundo".
No mesmo sentido, o ranking elaborado pelo portal Flavorwire e pelo guia internacional Flavorpill, de Nova Iorque, publicado pela editora literária Emily Temple, considera a Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra a mais bela do mundo, de entre as 25 mais belas bibliotecas universitárias do mundo (Oxford, Cambridge, Chicago, Washington, Boston, Roma, entre outras). Esta distinção vem colocar a biblioteca portuguesa de estilo barroco acima de outras instituições conceituadas, como a da Universidade de Yale (EUA) e a da Universidade de Salamanca (Espanha), que ficaram em segundo e terceiro lugares na classificação, respetivamente.
A par da sua beleza, a Biblioteca Joanina abriga uma coleção de livros absolutamente raros e antigos e é um exemplo da riqueza financeira, cultural e intelectual do império português no século XVIII, altura em que foi construída.
Na Biblioteca Joanina encontram-se exemplares de incomensurável importância e grandiosidade, como uma primeira edição de Os Lusíadas, uma Bíblia Hebraica, editada na segunda metade do século XV, de que apenas existem cerca de 20 exemplares em todo o mundo, ou ainda a Bíblia Latina das 48 Linhas – assim chamada por possuir, exatamente, 48 linhas por página –, impressa em 1462 por dois sócios de Gutenberg, considerada a mais bela das primeiras quatro bíblias impressas.
No seu importante processo de conservação são empregues soluções tradicionais de preservação e controlo ambiental, sendo de destacar a utilização de madeira de carvalho nas suas estantes, a espessura das paredes, com cerca de 2 metros, e a existência de uma colónia de morcegos que a protege de insetos bibliófagos. (À noite, após o fecho da biblioteca, a colónia de morcegos contribui para a boa manutenção dos livros comendo os insetos. As mesas ficam tapadas com peles que as protegem dos dejetos dos animais.)
O ouro que vemos na sua decoração veio do Brasil, de Minas Gerais; as madeiras são africanas, orientais e brasileiras.
O púlpito existente na capela foi onde o Padre António Vieira proferiu o seu último discurso antes de ser preso pela Inquisição.
A Biblioteca Joanina é parte integrante da Universidade de Coimbra, Alta e Sofia, classificadas pela
UNESCO como
PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE.